APERTE O PLAY!
Soube que o dia 20 de julho é marcado em
alguns países pela comemoração do dia do amigo. Então, descobri que esta data
foi criada pelo médico argentino Enrique Ernesto Febbraro, que viu a chegada do homem a lua, em 20 de
julho de 1969, como sendo uma prova de que se o homem unir-se com seus
semelhantes, não há objetivos impossíveis. Foi aí que me coloquei a
pensar sobre que tipo de amizade estamos cultivando, em tempos de WhatsApp e
onde as pessoas se limitam a deduzir quem você é pela foto do perfil e suas
postagens. Às vezes tenho a impressão que antigamente nos
preocupávamos mais com nossos amigos, talvez porque eles eram o nosso maior
motivo de sair de casa, de ir para a escola. Talvez porque naquela época não
exigíamos tanto das pessoas e nos cobrávamos menos, talvez apenas porque
valorizávamos mais o significado daquela pessoa em nossa vida.
Entendo que ser amigo
é viver trocas sinceras, viver sentimentos bons, criar conflitos e saber pedir
desculpas, é orgulhar-se do amigo diante de suas decisões, desafios e
conquistas, é estar presente e ser presença na vida de alguém. Mas sei o quanto
é difícil manter contato constante. A vida vai nos levando em suas voltas, e
nós vamos nos distraindo. E no meio disso tudo, novas pessoas surgem, novas
amizades são feitas. E aí os amigos antigos permanecem em nossas lembranças,
talvez em uma foto, em uma curtida no Facebook, naquelas frases do tipo “estou
distante, mas me lembro de você”, e então saberemos que a amizade não acabou,
apenas a distância que chegou e acabou com a convivência. E tenham certeza, os
bons tempos de amizade raramente voltam atrás, mas ficam guardados em um lugar
muito especial dentro de nós.
Eu tenho amigos de todos os tipos: os que me conhecem ao avesso, os que
não me dizem nada, mas me falam muito com um olhar, os amigos do “estou sempre
aqui”, e aqueles do “a gente se vê” ou do “eu avisei”. Tenho ainda uns que não
sei como a amizade surgiu, só sei que existe, e é tão forte que chego a duvidar
que um dia a gente tome rumos diferentes. Ainda tenho aqueles que sabem que
podem sempre contar com meus ouvidos e meus conselhos não tão bons, mas que tem
dificuldade em me ouvir e me dar conselhos. Os que viraram parceiros na vida,
sócios, que rimos, saímos e trabalhamos juntos. E há os que digo para a família
que são meus amigos da igreja, para facilitar a identificação.
Não sei se ao final dessa reflexão eu possa afirmar que seja uma boa
amiga. Talvez eu tenha muita coisa a trilhar ainda. Mas aos meus amigos prometo
me esforçar mais nessa missão, pois acredito que amizade é escolha, e toda
escolha exige dedicação, mesmo que seja apenas uma curtida em uma foto para dar
aquele apoio, e mostrar que eu estou bem ali.
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