
Inicio o
texto dessa semana fazendo uma proposta: Que tal julgar menos e fazer o seu?!!
Quase a típica e um tanto grosseira frase “cuide da sua vida”. Pois é, acredito
que tudo seja uma questão do quanto você dá importância a certas coisas e
desvaloriza outras (geralmente quando não são do seu agrado e interesse), e
para essas que você não gosta descarrega todo o seu ódio. Ai fica a pergunta:
Qual a necessidade disso?
Já ouviu falar na palavra Gosto? Pois é, ele se discute sim, mas acima de
tudo, ele deve ser respeitado. O que é ruim para você é ótimo para alguém, e
ponto. Não há o que questionar. Mas o problema é o que vemos diariamente estampado nas manchetes de
jornais, nas coberturas de TV e nas redes sociais. Cada dia mais a intolerância
toma mais espaço entre as relações sociais. Viramos uma sociedade racista,
intolerante e hipócrita.
Sim, a hipocrisia é o que domina por aqui. Vamos aos exemplos, a pessoa
usa carteira falsa de estudante, mas critica quem fura a fila, o sujeito
condena quem joga Pokémon, mas está na fase 237 do Candy crush, o outro sonega
um carro no Imposto de Renda, mas se acha no direito de criticar um rico que
sonegou uma casa em uma ilha. Realmente tudo é questão de proporções e o quanto
se está envolvido.
Não estou querendo vender a ideia de que não devemos falar sobre os erros
humanos, ou criticar mesmo certas atitudes. Mas que tal pensarmos mais na forma
como o fazemos, ou analisarmos melhor os nossos atos? Dia desses vi uma
reportagem sobre a situação de funcionários públicos reclamando sobre a
situação precária de trabalho, perdendo direitos, diminuição salarial. Uma
tristeza realmente. Porém, o inusitado da reportagem foi ver alguém dizendo que
isso era uma violência contra o funcionalismo. E de repente, eis que surgem
dezenas deles jogando cones, latas e xingamentos contra um repórter que ali
estava fazendo o seu trabalho. E ai? Não é violência também? São sobre essas
atitudes que estou me referindo, a ideia do “sujo falando do mal lavado”,
reclamar daquilo que também se faz. Condenar alguém em algo que você também
pratica. Dessa forma, o julgamento tornou-se algo presente e constante em
nossas vidas.
E sinceramente, cansa. Cansa ver os discursos de ódio, cansa o
desrespeito, cansa saber a quantidade de gente incomodada com a sexualidade
alheia, com a roupa que veste, com a cor do cabelo. Mesmo diante de tudo isso,
estou preferindo ainda ter esperanças de que a humanidade um dia melhore, em
que não verei tanto mimimi nas redes com essa gente que acha que tem rios de
coisas para fazer, mas que se ocupa em escrever textões condenando o gosto dos
outros, enchendo a minha timeline. Prefiro ter esperanças de uma vida com menos
hipocrisia e mais liberdade, com gente que se respeita e se aceita.
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